Maria Aparecida Bonfim do Nascimento, de 53 anos, que sofre há meses com um grande inchaço na barriga, conseguiu passar por tratamento e retirou cerca de 25 litros do líquido represado em seu corpo. Apesar disso, a família de Praia Grande, no litoral paulista, ainda busca por um tratamento eficaz, já que o líquido volta a aumentar rapidamente. “Está muito difícil ver ela sofrer”, relatou o esposo de Maria, Clayton Nascimento, de 52 anos, ao G1 nesta segunda-feira (16/11).
Segundo a família, ela foi diagnosticada com cirrose hepática, uma doença crônica que atinge o fígado. Uma complicação causada pela doença faz com que ela retenha um líquido na barriga, causando o inchaço. Por conta disso, ela sofre com dores abdominais e problema para respirar.
Em setembro, a família lutava por um tratamento no hospital municipal, que conseguiram apenas no mês de novembro. O procedimento foi feito em 11 dias de internação, e ela retirou um total de 25 litros do líquido retido, como explica Clayton. A retirada, conta, é eficaz em um primeiro momento, mas a barriga volta a inchar sem o tratamento adequado.
“Ela precisa de um transplante urgente, já que está com 52 anos. A gente está batalhando, dando todo apoio. Ela não quer morrer, quer viver”, disse Clayton.
De acordo com o esposo, apesar do tratamento de retirada ter ajudado a esposa, a barriga volta a reter o líquido e, aos poucos, vai inchando novamente. Apesar dele desejar o transplante, tratamento que ajudaria na recuperação mais rápida da esposa, eles ainda precisam passar por uma série de exames para ver a possibilidade e determinar qual tratamento poderá ser feito.
Segundo a família, os exames já estão marcados, e agora eles vão aguardar o resultado para descobrir qual tratamento ajudará Maria.
Em entrevista ao G1, a filha de Maria, Natache Nascimento Lima, relata que a mãe sofre há cerca de cinco anos com a doença, mas, no último ano, a barriga dobrou de tamanho por causa da complicação causada, a ascite. Desde o início da pandemia os familiares tentavam uma internação para a mãe, que só aconteceu em novembro. O transplante é indicado para a cirrose hepática, mas, para que ele seja realizado, a paciente precisa ser encaminhada a um hospital especializado na capital paulista.
De acordo com o hepatologista Elson Vidal Martins Júnior, a cirrose representa o estágio terminal de qualquer doença hepática crônica. Por conta dela, há substituição do tecido hepático por um fibroso não-funcionante, o que leva à insuficiência. Os sintomas não são específicos e a pessoa pode ter fadiga, anorexia e emagrecimento. O paciente pode apresentar sintomas de má-digestão e dor abdominal.
O inchaço causado pelo líquido retido se chama ascite, como explica Elson. Ele reitera que o tratamento consiste em uma dieta sem sal, diuréticos e paracentese, que é a punção do abdome para retirar o líquido. Uma ascite volumosa pode levar a dor abdominal, desconforto respiratório, além do risco de infecção.
“A presença de ascite indica uma doença hepática mais avançada em princípio, e requer a avaliação para transplante hepático. O transplante resolve a cirrose e, consequentemente, a ascite”, explica o hepatologista.