Morreu na manhã desta sexta-feira, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), a empregada doméstica Irene Maria de Freitas, 59 anos. Ela estava internada desde 29 de janeiro, vítima de sofre golpes na cabeça. O suspeito das agressões foi o companheiro da vítima, José Flori de Freitas, também de 59 anos. Ele cometeu suicídio após as agressões. O caso aconteceu no interior de Faxinal do Soturno, no Distrito de Santos Anjos. Irene não resistiu à gravidade dos ferimentos provocados na cabeça. A arma do crime foi localizada na pia da cozinha da casa onde o casal morava.
A empregada doméstica já havia sido vítima de tentativa de feminicídio em 2015, pelo companheiro. De acordo com informações da Polícia Civil, à época, o agressor havia se arrependido de ter agredido a mulher e acabou prestando socorro à companheira. Quando foi agredida pela primeira vez, a vítima recusou as medidas protetivas oferecidas pela polícia judiciária e voltou a para casa. Já no último dia 29 de janeiro, foi a própria Irene quem acionou a Brigada Militar (BM) para pedir socorro.
A polícia acredita que as agressões teriam acontecida ainda durante a madrugada, mas a vítima só teria conseguido ligar para o telefone 190 pela manhã. Quando a guarnição da BM chegou ao local dos fatos, o companheiro já se encontrava morto, na frente da residência. A mulher estava inconsciente. Irene foi levada, inicialmente, ao Hospital São Roque em Faxinal do Soturno, mas teve de ser transferida para o Husm.
– Os ferimentos foram muito graves e ela não resistiu. Infelizmente, é mais um feminicídio e mais uma história triste para contar – disse a delegada Débora Dias, que investigava o caso.
O crime causou comoção na comunidade de Faxinal do Soturno, em especial, no Distrito de Santos Anjos, onde o casal era bastante conhecido. Irene trabalhou como empregada doméstica por quase 25 anos na casa da família Biachi.
– Ela praticamente ajudou a criar o meu filho mais velho. Eu e minha esposa tínhamos que trabalhar e ela ficava cuidando da casa da minha mãe – contou o comerciante Aerton Biacchi, 48.
Sobre a relação do casal, o comerciante disse que os dois eram muito bem quistos na comunidade.
– Ele trabalhava na prefeitura de Faxinal do Soturno enquanto ela fazia serviços domésticos. É muito triste tudo isso. O companheiro dela era uma pessoa muito boa. Não sei o que pode ter acontecido. Há uns anos, ele sofreu uma queda em via pública e bateu com a cabeça. Com o tempo, ele foi perdendo um dos olhos. Depois veio a pandemia e a depressão. Acabou sendo afastado do trabalho por pertencer a grupo de risco. Acho que tudo isso mexeu com ele – disse Aerton. Já a investigação feita pela Polícia Civil aponta que o agressor tinha mania de perseguição e crises de ciúmes.
Com informações do site: diariosm