Canindé de São Francisco/SE – No livro “O Príncipe”, do pensador e político Nicloau Maquiavel, existe ensinamentos que são válidos até os dias atuais. Disse ele: “É fácil persuadir o povo de algo, difícil é manter essa persuasão.” E outra frase trata: “Quem for eleito pelo povo deve manter-se amigo dele.”
Em Canindé de São Francisco já se tornou publico a insatisfação de algumas figuras políticas que acompanharam Kaká Andrade (PSD) no seu projeto de 2020 para Prefeito. Ao perder nas urnas para Weldo Mariano, Kaká retornou para vida normal em Aracaju. Enquanto no Município de Canindé de São Francisco parte dos aliados comentam: “Kaká voltou para Aracaju, enquanto nós ficamos aqui e ele nem se quer liga ou nos visita. Parece que tem medo que alguém vá pedir algo. Tem gente que hoje o chama de Kaká Andrade de Aracaju, pois Canindé parece ser um mero projeto político e nós as mulas […]”, disse um dos políticos em desabafo pedindo sigilo e saiu da campanha se dizendo arrependido.
Não são só políticos que se sentem insatisfeitos ou reclamam, mas sim pessoas que participaram ao lado prestando suporte em termos de apoio, articulação, trabalho e catando votos nas eleições de 2020 por Kaká. Todos, de alguma forma, fazem comentário do “sumiço” dele. Nas rodas atuais de conversas, regadas ao almoço, bebida ou ao lanche da tarde comentam. “Se fosse hoje, eu e muitos não o acompanharia. Procurava Weldo, Pank ou Marinho, menos Kaká […] Porque pelo menos esses vivem aqui, estão todos os dias com a gente […]”, afirmou uma fonte do grupo. Alguns estão mais calados e outros já não escondem. Esse material é uma solicitação nesse sentido. “Faça uma matéria, mas não coloque meu nome ainda”, disse finalizando.
É certo que parte da reclamação de alguns se dá em detrimento de que, a possível vitória de Kaká em 2020, traria de volta o status, poder e o gozo dos louros da boa e velha viúva Prefeitura de Canindé de São Francisco que fez alguns ascender à elite em Canindé enquanto outros continuam sendo à base da pirâmide. O poder é melhor que o dinheiro, como preferiu o israelita e Rei Salomão . Entretanto, existem outros que são honestos e o acompanharam por questões de afinidade, etc. É da natureza humana.
O site apurou que, de uma hora para outra, em apenas poucos meses da entrada de 2021, a união que se formou em termos de agrupamento para ajudar e apoiar Kaká Andrade ruiu ou caminha fortemente isso. O candidato de 2020 já não conta com boa parte – ou todos – dos vereadores que foram eleitos pela própria coligação; o candidato a vice-prefeito da chapa em 2020, ex-vereador Luciano de Capim Grosso, apontado como liderança daquele Povoado, faz parte dos que reclamam e deve tomar outros rumos, aliás, já acompanha Júnior Chagas de Poço Redondo que é pré-candidato a deputado estadual.
O momento deve trazer implicações políticas futuras, pois 2022 é o próximo teste e a eleição para Governador do Estado é o que mais interessa no jogo político. Com a desatenção de Kaká Andrade, alegada por muitos que eram do grupo e já escondem esse comportamento, o candidato de Belivaldo Chagas e os políticos de seu agrupamento não estrão representados em Canindé de São Francisco.
“Kaká Andrade mostrou que é de Aracaju e não de Canindé. Ele abandonou nosso grupo. Ele fica postando nas redes sociais que tá buscando coisas para Canindé quando na verdade a gente sabe que Weldo já tinha conseguido. Isso não é fazer política e sim mentira e pra mim é uma vergonha. Tô fora do grupo”, finalizou uma figura que já saiu do grupo.
Esse é não é um material para expor Kaká Andrade, mas sim para analisarmos o quanto a política é dinâmica e que pode ser o surgimento de novo “momento político” em Canindé de São Francisco e que Kaká parece perder espaço e poder de agregação. Cabe aqui uma frase de Winston Churchill: “A maior lição da vida é a de que, às vezes, até os tolos têm razão.”
Por Adeval Marques
