A família de Gecélia Barbosa, de 89 anos, que morreu de Covid em um hospital na Zona Norte do Rio, descobriu que cremou o corpo errado. A direção do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla abriu sindicância para apurar o caso.
Segundo a filha da vítima, Jorgina Barbosa, a idosa contraiu Covid dentro de um hospital na rede municipal do Rio, e o reconhecimento foi prejudicado por conta dos protocolos de proteção.
Gecélia foi levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, na Zona Norte do Rio, após cair e fraturar o fêmur. Ela ficou cerca de 20 dias aguardando uma cirurgia.
Segundo a família, no dia previsto para passar por um procedimento, Jocélia testou positivo para Covid e teve que ser transferida para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, também na Zona Norte.
Após 6 dias entubada na unidade de saúde, a idosa não resistiu e morreu, no último dia 24. A filha da idosa afirma que os funcionários do hospital mostraram o corpo errado para reconhecimento.
“O maqueiro trouxe o corpo e o rapaz da funerária abriu só até o pescoço, não abriu tudo por causa do Covid. Era uma idosa muito parecida com a minha mãe e eu reconheci como se fosse”, explicou Jorgina
Nesta segunda-feira (27), a família conta que recebeu o pedido do hospital para que comparecesse pessoalmente e recebeu a notícia de que o corpo liberado na ocasião não tinha sido o de Jocéia. Agora, Jorgina lamenta ter que reviver o luto da mãe e não saber o paradeiro do corpo.
A direção do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (HMRG) divulgou nota dizendo que lamenta “profundamente” o ocorrido e que está prestando toda assistência às duas famílias, incluindo apoio psicológico. Uma sindicância foi aberta para apurar as falhas e responsabilidades envolvidas no processo.
Quanto à assistência no Hospital Municipal Salgado Filho, a direção da unidade diz que devido à idade avançada e ao quadro clínico instável, não foi possível que Gecélia fosse operada em curto prazo.