Mais um caso de exoneração no município de Simão Dias tem gerado polêmica, novamente envolvendo a primeira-dama do município. Servidora da Secretaria Municipal de Inclusão, Francielle Oliveira, mulher trans, em entrevista para o programa Sergipe Verdade, da SIM FM, nesta sexta-feira, 22, disse que sofria perseguição e preconceito da primeira-dama de Simão Dias.
“Ela nunca me aceitou, talvez por eu ser mulher trans, negra, que vem da periferia. Desde 2013 tinha problema com ela, talvez porque ela vendo minha demanda, a comunidade me procurando, isso a incomodava. Gerou um ciúme, uma crise, então a todo tempo ela não me queria dentro do prédio da secretaria, me colocava no fundo, distante de todos, não me queria em nenhuma ação municipal. Chegou ao ponto de no dia da mulher ela me entregar uma lembrança e dizer em tom de deboche ‘você não diz que é mulher?!’, ou seja, ela não me aceitava”, afirmou Francielle durante a entrevista.
Apesar de ter relatado a perseguição da primeira-dama, Francielle disse que a exoneração ocorreu após ela ser coagida a votar na chapa apoiada pelo prefeito Cristiano Viana (PSB) para o Conselho Municipal de Saúde. “Há umas semanas, o prefeito me ligou pedindo para fazer uma votação forçada, porque meu voto era de desempate, e pediu para votar na chapa apoiada por ele. Eu acabei votando, mas pedi para colocar em ata que estava votando forçadamente. Isso já gerou um clima ruim. Logo em seguida, houve votação da mesa diretora do mesmo conselho, e eu não votei na candidata dele, porque eu via que a candidata dele não ia exercer uma função de investigar o recurso da saúde. Isso é um dos motivos que gerou minha demissão”, explicou.
Francielle disse que sua relação política com Cristiano Viana começou em 2011, na aliança de Cristiano com os Valadares. Em áudio que divulgou nas redes sociais, ela disse que viveu ‘bons momentos’ com o prefeito, ‘momentos de intimidade’, e que guardaria essas lembranças. Durante a entrevista, ela não quis abordar o assunto.
O prefeito Cristiano Viana também participou do programa Sergipe Verdade e disse que exoneração e nomeação de cargos comissionados são prerrogativas do gestor público, disse ainda que tem motivos para exonerar Francielle, mas preferiu não citá-los durante a entrevista. Sobre a fala de Francielle, Cristiano disse que a partir do momento em que se sentir ofendido, pode acionar a Justiça para que ela comprove os fatos.
