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Padrasto disse que deu mamadeira antes de cortar pescoço de menina de 2 anos.

O caso da menina Maitê, de 2 anos, encontrada morta pela mãe, em Treze Tilias, cidade pacata do centro oeste de Santa Catarina , foi esclarecido pela polícia. O padrasto da criança se entregou à Polícia Militar e confessou que se vingou da mulher, com quem viveu por oito meses, após ela ter dado um ultimato para que ele saísse de casa. Ele confessou ao delegado Marcelo Marins que preparou e deu mamadeira para o bebê por volta da hora do almoço e que chegou a deitar na cama com a criança. O assassino disse que “ainda não caiu a ficha” sobre o que o levou a fazer um corte no lado esquerdo do pescço de Maitê, que foi encontrada sobre uma poça de sangue na cama, na terça-feira à noite (26). Desempregado, ele fugiu e se escondeu numa mata da cidade, deixando a casa trancada. O corpo da vitíma passa por um exame no Instituto Geral de Perícia do estado que vai apontar se houve também abuso sᕮxual.

Batizada de Treze Tílias, em homenagem a uma poesia do escritor austríaco Friedrich Wilhelm Weber, a cidade, que tem cerca de oito mil habitantes, muitos deles descendentes de europeus, nunca tinha assistido a um assassinato tão bárbaro. A maior parte das ocorrências policiais no município é de furtos e embriaguez ao volante. Por conta da violência empregada no homicídio, o homem foi levado para a delegacia regional de Joaçaba, cidade vizinha, a cerca de 30Km. No auto de prisão em flagrante, ele é acusado de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa por parte da vítima.

“Ele disse que preparou a mamadeira e deu para a criança, que dormiu. O problema dele era com a companheira, mas ele descontou a raiva na criança. Esse é o relato dele. Pedimos um exame para saber se houve violência sᕮxual, que ele nega” diz o delegado, acrescenando que o assassino estava escondido numa área de mata em Treze Tílias e ligou para a Polícia Militar para se entregar.

Marcelo Marins conta que o homicídio, “como ele nunca viu na cidade”, onde trabalha há quatro anos, aconteceu depois que a mãe saiu para trabalhar no Centro. Como tinha uma boa relação com o companheiro, embora estivessem terminando a relação, ela deixou Maitê aos cuidados dele. Ambos tinham combinado que, naquele dia, ele sairia de casa. A separação já tinha acontecido há cerca de um mês. Ao retornar para casa, por volta das 18h30, ela encontrou o imóvel trancado e, com ajuda de parentes, arrombou a porta às 20h10. Ela achou a filha sem vida e a cama do casal coberta de sangue. Os familiares não entendem o que aconteceu porque, segundo eles, o criminoso cuidava mais da menina do que o próprio pai biológico.

Sem antecedentes criminais, o padrasto ficará no presídio de Jaoçaba. A polícia pede que a prisao preventiva dele seja mantida. A decisão de transferi-lo para a cidade vizinha se deu pelo risco de uma tentativa de linchamento porque o crime causou comoção no município. Uma preocupação inclusive era de uma possível invasão da delegacia local. O delegado afirmou que o criminoso trabalhava numa fábrica de baterias da região, mas estava desempregado. De acordo com Marins, ele não parece ter problemas psiquiátricos:

“Ele não aparenta ter sinais de biopolaridade ou de que tenha sofrido um surto psicótico. Durante o depoimento, ele foi frio, não demonstrou arrependimento e não chorou.”

 

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