A Polícia Civil está tentando ter acesso às mensagens do celular de Rayane Ferreira Nascimento, a mulher que foi morta ao se recusar a dançar com o ex-marido em uma festa no município de Alta Floresta do Oeste (RO), na zona da mata.
Segundo o delegado Eduardo Calixto, os investigadores estão tentando ver as últimas mensagens enviadas e recebidas por Rayane antes do crime. A polícia busca saber se o suspeito, José Paula Goveia, ameaçou a vítima através de alguma rede social.
“Nós temos a pendência da análise do celular da vítima. O aparelho foi apresentado na delegacia pela genitora [mãe da vítima] e nós precisamos ter acesso ao conteúdo. Acontece que esse celular está bloqueado por senha e não se tem o conhecimento dessa senha. Aí nós estamos fazendo diligências para acessar o conteúdo”, diz o delegado.
Na última terça-feira (3), a polícia concluiu o inquérito do caso e enviou ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO) de Alta Floresta.
Caso sejam encontradas mensagens de ameaças no celular, estas serão inclusas depois no inquérito policial.
Assassinato em festa
Rayane Ferreira Nascimento, de 30 anos, foi morta a tiros no dia 24 de abril enquanto estava em uma festa em Alta Floresta. Durante o atentado contra Rayane, outras três pessoas ficaram feridas.
O autor dos disparos é o ex-companheiro da vítima, José Paula Goveia. Ele foi preso em flagrante pelos feminicídio e tentativa de homicídio.
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Segundo as investigações da Civil, José teve um relacionamento com a vítima durante 12 anos, mas há 60 dias haviam se separado.
Na noite em que foi abordo e preso pela Polícia Militar, o suspeito disse ter ido até a festa onde estava Rayane e pediu para dançar com ela, mas a mulher se recusou. Inconformado, ele pegou a arma, que estava na cintura, e disparou contra ela.
À polícia, a família de Rayane contou que a vítima já havia desabafado sobre ameaças feitas por seu ex-companheiro.
Em uma conversa, a vítima falou com a mãe sobre a recusa de José em não aceitar o fim do relacionamento de 12 anos (leia abaixo).
Segundo a polícia, José tem Certificado de Registro Federal de Arma de Fogo e possuía uma Taurus, 9mm, que foi apreendida.
Carta
No dia em que matou Rayane a tiros, o suspeito escreveu uma carta que seria para a vítima. Parte do texto dizia:
“Aqui estou eu mais uma vez para te encher o saco, tirar sua paz, como você diz […] não tenho ninguém para conversar, resolvi te escrever para ver se o tempo passa, pra tentar dormir. Não decidi o que fazer da vida, mas por ainda estar em pé pode ser que eu ainda consiga caminhar como gostaria. Também pelo fato de minha mãe e você existir me dá muita vontade de viver. Antes de finalizar a carta, ele pede à vítima que a guarde “enquanto vida tiver”.
Conforme a apuração feita pela Rede Amazônica, o suspeito entregou a carta para uma amiga de Rayane, como tentativa de contato do suspeito com a vítima