“Relação adúltera homossexual”, delegado revela complicações para elucidar caso de atleta do Dorense

Um homem foi preso, nesta quinta-feira, 16, suspeito de ter participado do tiroteio que resultou em atletas do clube Dorense baleados. O caso ocorreu no sábado, 11, quando os jogadores comemoravam a vitória do clube em um bar da cidade de Nossa Senhora das Dores.

O delegado Wanderson Bastos, que está a frente do caso, falou que há complicações para a elucidação do crime, já que vítimas e testemunhas não estão colaborando com a atividade policial. O agente concedeu entrevista à equipe de reportagem do Jornal da Fan, da rádio Fan FM, na manhã desta sexta-feira, 17.

“A elucidação do caso passa por uma gênese de natureza passional. Todos os fatos que podem nos levar à rápida elucidação não estão surgindo, porque vítimas e testemunhas estão criando muita dificuldade para nos passar os dados que necessitamos, porque esses dados estão diretamente atrelados a questões que, na cabeça deles, têm relação com promiscuidade, porque há todo um enlace amoroso entre vítimas e testemunhas que eles não querem revelar”, explicou.

Apesar disso, o delegado afirma que a investigação está dando resultados. “Nós conseguimos descobrir um dos autores, mas não conseguimos chegar aos outros, porque, para chegar a eles, as próprias vítimas têm que revelar dados, que vão terminar maculando, na cabeça deles, a imagem social que eles têm”, declarou.

Sem revelar nomes, o agente relata a problemática. “O cidadão é casado e tem uma relação adúltera homossexual na cidade e ele não quer se aprofundar na revelação dos dados, mesmo sendo vítima. O cidadão toma três tiros e prefere que as coisas fiquem daquele jeito”, afirmou Wanderson Bastos.

Segundo o delegado, a vítima não quer que a polícia desvende o caso. “Porque, para chegar a autoria, vai ter que revelar dados da vida íntima dele, que ele não quer que a sociedade tome conhecimento. Então fica extremamente difíci”, alegou.

“O cidadão tem um casamento, tem um envolvimento com uma mulher, mas paralelamente tem um relacionamento homossexual. E aí ele não quer que o crime seja elucidado, porque, para elucidar, ele vai ter que lançar mão desse fato e ele não quer, ele dificulta. Porque essa imoralidade está só na cabeça dele, eu não tenho nada a ver com a vida particular de alguém, mas o cidadão não quer reconhecer que tem um relacionamento homossexual, embora tenha. Não há nenhum problema nisso, mas cria dificuldades, porque não quer que ninguém saiba disso”, disse, mais uma vez, o delegado.

Investigação continua

O suspeito detido é ex-presidiário e respondeu pelo crime de roubo. “É um cidadão que pega em arma. Então ele foi reconhecido e quanto a isso, não houve nenhuma dificuldade. Agora, as outras testemunhas identificam o autor dos disparos como ‘galeguinho magro’, características que batem com a pessoa reconhecida, mas ele lança a responsabilidade sobre três indivíduos, citando-os por nomes, mas nenhum desses tem as características indicadas pelas testemunhas ou a fisionomia semelhante e nós vamos ter que aprofundar as coisas”

O delegado afirma ainda que há imagens do local, um vídeo que mostra as vítimas correndo. “Mas não dá para ver os autores, porque tem um caminhão na frente da das câmeras que nos possibilitaram uma elucidação. Está muito complicado, por isso nós precisamos que as pessoas digam quem são os envolvidos, que são conhecidos na cidade de Dores, mas eles não querem dizer, porque, se nos ajudarem a chegar à identidade dos infratores, vão ter que revelar dados da intimidade que não querem que cheguem a público”, reclamou Wanderson Bastos.

Confira o relato do advogado na íntegra.