Onze mandados de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 1,8 milhão são cumpridos pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, na manhã desta quinta (2), em quatro cidades do estado do Maranhão.
A ação faz parte da Operação Tira-dente, que investiga um grupo suspeito de manipular dados do Sistema Único de Saúde (SUS) para ampliar os repasses das emendas de relator da União.
Segundo as investigações, o grupo agia principalmente no município de Pedreiras, cidade de apenas 39 mil habitantes onde mais de 540 mil extrações dentárias teriam sido feitas apenas em 2021 – o equivalente a 14 dentes de cada morador. O fato foi amplamente utilizado na campanha eleitoral de 2022 para criticar as emendas, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”.
Além de Pedreiras, a operação também mira alvos em Bacabal, Lago do Junco e Lago dos Rodrigues, investigando outros procedimentos ambulatoriais que teriam sido manipulados, “o que pode ter impactado na elevação do teto de repasse de recursos federais no ano subsequente”, diz a corporação.
As investigações junto da CGU identificaram contratações suspeitas de fraudes pelo município de Pedreiras, como meio de escoar os recursos recebidos indevidamente. Segundo o órgão, a empresa investigada é uma das que mais receberam recursos públicos entre 2019 e 2022 no estado, com mais de R$ 16 milhões em repasses.
De acordo com a PF, os suspeitos são investigados por inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato e lavagem de dinheiro.
