Profissionais da saúde, que atuam na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju, estão denunciando falta de médicos e sobrecarga das equipes da unidade. Gerida pelo governo do estado, a maternidade é referência na assistência a pacientes de alto risco.
O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) informou que os profissionais acreditam que o excesso de demanda está relacionado, dentre outras coisas, “ao desvio de modalidade”, já que a maternidade, criada para receber pacientes de alto risco, passou a ser porta aberta.
Os profissionais também denunciaram superlotação nas enfermarias de puerpério e nos demais leitos, com relatos de pacientes internadas recebendo atendimento em cadeiras, além da falta de controle de fluxo de visitantes.
“Durante os plantões diurno e noturno, os médicos ficam responsáveis pelas pacientes que estão nas três enfermarias da maternidade, cada uma com 36 leitos. Eles ainda são escalados para avaliar e medicar pacientes do projeto de ‘Atendimento às Vítimas de Violência Sexual’ em dias não úteis”, diz a denúncia do Sindimed.
O que diz a SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou, em nota, que continua realizando o credenciamento de médicos obstetras, neonatologistas e pediatras, mas, não há adesão de profissionais nesse processo e também não há lista de espera.
“A situação é ainda mais agravante pelo alto número de profissionais da saúde com atestados médicos prolongados e sem data para retorno, além de afastamento de gestantes e lactantes”, informou a pasta.
A secretaria disse também que tem empenhado esforços no remanejamento de outros profissionais da rede para a maternidade.
Sobre a recepção de pacientes, a SES informou que a maternidade “é uma unidade porta aberta, que recebe gestantes por demanda espontânea, reguladas e encaminhadas, sejam elas de alto risco ou de risco habitual, apesar dessa última não ser seu perfil assistencial”. E acrescentou que a MNSL é a única referência do estado neste sentido, “por isso, não fecha plantão”.