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Menina de 15 anos denuncia motorista de app que é PM por estupro: “Me obrigou com uma arma”

Uma adolescente de 15 anos denunciou à polícia um motorista de aplicativo por estupro, em Curitiba. O crime, segundo a jovem, aconteceu na noite do último domingo (30), em uma rua próxima ao parque São Lourenço. À Banda B, com a autorização da mãe, a menina disse que foi obrigada a ter relação sexual com o motorista porque ele a ameaçou com uma arma. O acusado, que também é policial militar, nega o estupro e diz que a passageira está mentindo. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher.

De acordo com a versão da adolescente, o motorista de aplicativo a pegou na casa de uma amiga, no bairro Boqueirão, em Curitiba.

“Eu entrei no carro e sentei no banco de trás. Daí ele começou a dizer que estava num bairro muito perigoso, que era pra ter cuidado e falou que estava armado. Fiquei assustada e logo em seguida ele me mandou sentar no banco da frente. Eu disse que não e ele mandou de novo. Daí, como ele falou da arma, eu fui. Foi aí que ele começou a alisar minha perna, meus peitos e eu disse que não queria aquilo. Ele falou que era só um pouquinho”, contou.

Segundo a passageira, que mora no bairro Abranches,  foi então que o motorista parou o carro em uma rua perto do Parque São Lourenço e a obrigou a ter relação sexual. “Ele estava com a arma e me obrigou a fazer coisas nele, mesmo eu dizendo que não queria”.

A mãe da jovem está revoltada. “Como isso é possível meu Deus? E eu nem sabia que ela ia voltar da casa da amiga assim, num carro de aplicativo. Se tivesse me falado eu ia buscar. Estamos muito revoltados com tudo isso”, desabafou.

A menina conta que não teve coragem de contar para a mãe o que tinha acontecido quando chegou em casa. Fez isso no dia seguinte quando resolveu denunciar. “Pensei em quantas meninas devem passar por isso e ficam quietas. Daí falei pra minha mãe”.

As duas foram para a Delegacia da Mulher e registraram a denúncia. A adolescente contou como tudo aconteceu e fez exames. Os laudos devem ficar prontos dentro de algumas semanas.

Redes sociais

O caso foi parar nas redes sociais. A própria jovem e amigos localizaram o motorista no Facebook. Várias postagens foram feitas denunciando o crime. Uma das mensagens pelo WhatsApp mostra uma conversa de um amigo da jovem xingando o suspeito e ele dizendo que não fez nada:

Outra postagem feita pela própria adolescente, expõe o rosto do motorista e mostra a farda da PM do Paraná. Na postagem, ela pede ajuda para localizá-lo.

Outro lado

A  defesa do motorista enviou nota à Banda B dizendo que as acusações são falsas e que a versão dele já foi repassada para a polícia:

Leia a nota na íntegra, sem o nome do acusado*:

“xxxxxxx, Policial Militar, representado por seu advogado que abaixo assina, vem respeitosamente se manifestar acerca da Falsa acusação divulgada por meio das Redes Sociais em 31/08/2020 e imposta contra si, deixando claro que já se manifestou a Autoridade Policial, repassando sua versão dos fatos e que somente continuará se
manifestando pelos meios legais, ou seja na esfera policial e judicial”, diz a nota assinada pelo advogado Marinson Luiz Albuquerque.

PM e PC

A Banda B entrou em contato com a Polícia Civil para obter informações da investigação e aguarda retorno. O mesmo foi feito com a assessoria da Polícia Militar do Paraná, que enviou a seguinte nota:

Em face de denúncias veiculadas contra policial militar classificado no Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd), da Polícia Militar do Paraná, o seu comandante vem a público esclarecer:

Em data de 1º de setembro de 2020 chegou ao comando do BPGd a informação, advinda de redes sociais, de que uma adolescente de quinze anos teria sido vítima de crime sexual, praticado por um indivíduo, cujas imagens veiculadas na internet davam conta de ser um militar estadual. Em face do ocorrido, este Comandante determinou imediatas diligências, no sentido de localizar tanto a suposta vítima quanto o suspeito do crime, vez que fora identificado como sendo um militar servindo no BPGd.

Diante da necessidade de apuração de forma justa e imparcial, foi determinada a instauração do procedimento investigatório cabível, que será conduzido em estrita observância aos ditames legais, e ao final apontará as providências a serem adotadas.

A Polícia Militar do Paraná, instituição dedicada à segurança do cidadão paranaense, reforça seu compromisso com a defesa dos direitos da mulher, da criança e do adolescente. Seu efetivo é composto por mais de 20 mil mulheres e homens valorosos e honrados. A Corporação não compactua com desvios de conduta de seus policiais, lamenta o triste episódio e apura com rigor a ocorrência por meio de seus mecanismos internos e da Corregedoria-Geral, todos integrados com os órgãos do Ministério Público e da Justiça.

Via BandaB

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