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Família boliviana é executada por brasileiros.

A Polícia Civil do Acre investiga uma chacina cometida contra uma família boliviana na cidade de Cobija, que faz fronteira com o Brasil. Três corpos foram encontrados no início dessa semana com marcas de tiros em um seringal da região. Uma sobrevivente, de 13 anos, acionou o socorro e apontou brasileiros como suspeitos pelo crime.

 

O crime teria ocorrido no último domingo (13), ainda nas primeiras horas da manhã. A investigação aponta que a jovem que sobreviveu foi vítima de um estupro cometido por um brasileiro, morador da cidade de Acrelândia, que extraía madeira na propriedade onde a família dela morava, em Cobija, já na Bolívia.

De acordo com o UOL, o pai da vítima flagrou o abuso, bateu no suposto agressor e o amarrou em uma árvore. Na sequência, o pai da vítima teria se dirigido à cidade para acionar a polícia.

O suspeito de abusar da jovem estava com um parente, que teria ido para a casa no território brasileiro pedir ajuda no resgate. Ao menos seis brasileiros teriam ido ao local e desamarrado o acusado. A investigação aponta que as famílias se conhecem.

 

“Os familiares já estavam retornando para o lado brasileiro. No percurso, o que correu para pedir ajuda no resgate do suspeito do abuso sexual decidiu voltar à casa dos bolivianos para pegar as espingardas apreendidas pela família da vítima. Lá, houve uma discussão com a mãe da vítima e os assassinatos se desencadearam”, contou o tenente Dário da Almeida, da Polícia Militar (PM) do Acre ao UOL.

A mãe da vítima tentou proteger a família e levou um tiro, assim como um filho adolescente. Outro filho também morreu a tiros ao ser flagrado filmando a ação criminosa dos brasileiros.

A vítima de estupro também foi flagrada gravando o ato. Ela foi baleada e teve seu corpo escondido com o restante da família no meio de um seringal. A garota, contudo, sobreviveu e conseguiu pedir socorro. O pai dela, ao retornar, pediu atendimento médico. Ela está internada em Rio Branco em estado grave.

Não há informação sobre a idade dos mortos porque eles estavam sem documentos, de acordo com a Polícia Civil. Todos permaneceram em território boliviano.

A Polícia Civil diz que ao menos duas pessoas da família do suspeito de estupro participaram dos homicídios. Eles foram presos no mesmo dia. Ainda há um foragido. A investigação não sabe até o momento se o suspeito do abuso sexual participou dos assassinatos.

 

Imagens realizadas pela Polícia Militar do Acre mostram que a casa dos bolivianos foi totalmente destruída. A suspeita é de que os brasileiros tenham incendiado a residência enquanto o pai da vítima levava a filha ao hospital.

Foi necessária uma equipe de oito homens, que atuaram 36 horas na mata, até encontrar os corpos ocultados pelos brasileiros. A operação contou com apoio da polícia boliviana e colonos da região.

Apesar do crime ter acontecido já em território boliviano, a investigação e o julgamento devem acontecer no Acre, por ser o local da captura dos suspeitos. Eles deverão ser indiciados por homicídio, estupro e ocultação.

 

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