“Porque você me deixou Natasha”, debruçada sobre o caixão, questionava a mãe da adolescente trans encontrada morta nessa segunda-feira, em um terreno baldio, no bairro Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju.
Natasha, de 16 anos, foi morta espancada. O corpo estava com diversas marcas de violência e o rosto desconfigurado. Por conta disto, o velório aconteceu com caixão fechado na casa da avó da menina, no Conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, região metropolitana de Aracaju.
O sepultamento no cemitério do Conjunto Marcos Freire III, também em Socorro, foi acompanhado por poucos amigos, familiares e também duas representantes da Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis (Amosertrans).
As representantes da Amosertrans, que estiveram no sepultamento, lamentaram a morte da adolescente.
“Eu tive sorte de não estar hoje morta, mas sei como é difícil a vida da população trans. Já presenciei outros assassinatos e são sempre assim, com muita violência. Até quando vão nos matar?”, questionou Jessika Taylor.
Jéssika ainda apelou para que os órgãos de segurança Pública desenvolvam estratégias de fiscalização para conter as pessoas que atuam para matar pessoas trans na região da Orla da Atalaia.
“A trans e travestis que estão ali, estão trabalhando, para tirar seu sustento”, finalizou.