Há uma preocupação que ronda a região do Baixo São Francisco em Sergipe, afetando principalmente os produtores de arroz e demais produtores de todos os perímetros da Codevasf que sofreram nos últimos anos com o abandono das políticas públicas do Governo Bolsonaro: A continuidade da gestão desastrosa de Marcos Alves Filho.
Bolsonarista declarado, o sobrinho da ex-senadora Maria do Carmo e do ex-governador João Alves Filho (in memoriam) tem mostrado prestígio no Governo Lula. Já são quase quatro meses de manutenção no cargo, mesmo este tendo participado abertamente de manifestações antidemocráticas em frente a quarteis (vide a imagem de capa da matéria).
A preocupação dos produtores das regiões atendidas pela Codevasf se deve pela expectativa criada por um impacto maior do Governo Federal neste que é um dos principais órgãos do estado. Em tese, a Codevasf deveria contribuir para a melhoria de vida e desenvolvimento socioeconômico nas regiões em que atua com ações de agricultura irrigada, revitalização de bacias hidrográficas, estruturação de atividades produtivas e oferta de água para garantia da segurança hídrica das comunidades, mas nos últimos quatro anos o que se viu foi o contrário.
Enquanto a população clama por mudanças, o governador Fábio Mitidieri (PSD), o ex-deputado federal André Moura (União Brasil) e o ex-prefeito de Propriá, Luciano de Menininha (Progressistas), considerado um dos mais fervorosos bolsonaristas do estado, lutam pela continuidade do modelo de gestão aplicado por Marcos nos últimos anos.
Em contrapartida, o Partido dos Trabalhadores (PT), por meio dos seus líderes, senador Rogério Carvalho, e presidente do PT em Sergipe, deputado federal João Daniel, têm atuado para convencer auxiliares do Governo Federal sobre a importância de uma renovação a partir de um comando progressista, voltado ao atendimento das demandas sociais de uma região tão carente de políticas públicas como é o Baixo São Francisco.
Uma das principais teclas que vêm sendo debatidas nos corredores do Palácio do Planalto é a de que uma renovação do modelo administrativo resultaria na execução do Canal de Xingó com vistas a atender áreas de reforma agrária e pequenos agricultores, enquanto, no atual modelo defendido com veemência por André Moura e Fábio Mitidieri, os principais beneficiários do projeto seriam os grandes empresários da região atendida pelo canal.