A disputa em torno do processo sucessório da capital sergipana para as eleições de 2024, que deveria ser liderado pelo atual prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), ganhou novos desdobramentos. Dessa vez, o gestor está enfrentando resistência de sua própria base na Câmara Municipal, que está pressionando para ter influência na escolha do seu sucessor. Caso não seja indicado por eles, o candidato será rejeitado pelo grupo.
O presidente da Câmara, Ricardo Vasconcelos (Rede), que assumiu o comando da Casa com o apoio do governador Fábio Mitidieri (PSD), numa derrota para Nogueira, ressaltou que a Câmara possui nomes qualificados para concorrer à prefeitura. O grupo é composto por 15 vereadores de diferentes partidos. Nos bastidores do poder, essa declaração foi interpretada como uma mensagem clara do grupo do governador, que, como tem sido observado nos últimos dois anos, está disposto a trair o prefeito novamente.
Vasconcelos mencionou, inicialmente, o nome do vereador Nitinho Vitalle (PSD), que é próximo de Fábio Mitidieri e é amplamente rejeitado por Nogueira. Além de Nitinho, o presidente da Câmara também citou outros nomes, como o vereador Ricardo Marques (Cidadania), que faz oposição ferrenha a Nogueira e é cogitado como uma forte opção para disputar as eleições contra o grupo do prefeito. A única indicação de Vasconcelos que agrada a Nogueira é Fabiano Oliveira (PP), mencionado por seu histórico de ser alguém que cumpre sua palavra.
Essa situação evidencia a maneira sorrateira pela qual Nogueira está gradualmente perdendo seu poder político, diante das articulações nos bastidores de seus próprios aliados, que buscam superar a autoridade previamente estabelecida do prefeito na escolha do candidato do grupo para as eleições do próximo ano.