A estratégia política entre os principais apoiadores do prefeito Edvaldo Nogueira (sem partido) que buscará a reeleição em 2020 está montada: fortalecer ao máximo a base aliada, manter o ex-governador Jackson Barreto (MDB) inserido diretamente no projeto e propor uma espécie de “aliança branca” com o PSC e o ex-deputado federal André Moura. Algo muito parecido aconteceu na eleição estadual de 2018, quando o governador reeleito Belivaldo Chagas (PSD) “escondeu” esse apoio durante quase todo o 2º turno naquela oportunidade.
O PSC já abriu mão de sua candidatura própria e não vai apoiar o projeto político do deputado estadual Gilmar Carvalho, que gostaria de disputar a eleição em Aracaju, e que agora aguarda apenas a liberação da Justiça para poder trocar de partido. O secretário-geral Clóvis Silveira, inclusive, já confirmou que a legenda deverá apoiar outro projeto e, após audiência com Edvaldo Nogueira no Centro Administrativo, ao lado do ex-deputado Zeca da Silva, tudo indicava que o acordo sairia, cedo ou tarde…
O problema é que Edvaldo já perdeu o importante apoio do Partido dos Trabalhadores e sua militância. Se perder a liderança popular que ainda é Jackson Barreto, ele compromete seu projeto. Em contrapartida, JB não deixou por menos e, apesar de elogiar a gestão do atual prefeito, lhe deu um “puxão de orelhas” para também pensar e agir politicamente. É bem verdade que, com o PT ao seu lado (leia Déda – in memoriam – e os demais líderes), Edvaldo sempre teve quem pensasse o projeto político por ele…
Não custa lembrar que, em 2018, a atual vice-governadora Eliane Aquino (PT) teve que dar um “carão público” em Edvaldo para o prefeito passasse a pensar e agir em grupo; políticos experientes não escondem o receio de conversar com o gestor de Aracaju sobre política. Há quem diga que Edvaldo só os procura ou quando está sem mandato ou no ano da eleição. Fora desses intervalos, ele costuma “desaparecer”. E, sabendo de sua importância para o projeto, JB também lhe passou “carão” e valoriza cada vez mais “o seu passe”…
Para não fugir do discurso do “Lula Livre”, mesmo subindo no palanque do presidenciável Ciro Gomes (PDT), Jackson Barreto está de olhos bem abertos para o cenário e teria feito algumas exigências a Edvaldo: uma delas (além da manutenção dos cargos que possui na PMA) é a não formalização de uma aliança com o PSC e com André Moura. Apesar de não querer polemizar, nos bastidores JB não esconde sua rejeição. Deixa claro que ainda preferia o PT junto ao prefeito. Só resta esperar duas coisas: a vinda de Lula a Sergipe e a adesão do PSC ao projeto de reeleição. Se não ocorrer, estará configurada a “aliança branca” que todos já estão especulando…