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Advogado gaúcho encontrado morto na geladeira de apartamento em Sergipe foi vítima de traumatismo craniano, diz perícia

advogado e jornalista gaúcho Celso Adão Portella, encontrado morto dentro de uma mala na geladeira de um apartamento localizado no Bairro Suíssa, Zona Sul de Aracaju, foi vítima de traumatismo craniano causado por uma queda da própria altura há cerca de sete anos. A informação foi divulgada durante entrevista coletiva realizada pela Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP) na manhã desta segunda-feira (18).

De acordo com o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Victor Barros, a queda provocou lesões, sendo uma fissura no osso frontal e hematoma subdural intracraniano, que resultaram na morte da vítima.

Esse hematoma gera o ‘intervalo lúcido’ em que a pessoa não morre no momento da queda. Há um espaço de tempo variável entre 30 e 50 minutos em que a pessoa permanece viva e só então vem a falecer. Os diversos estudos também confluem para identificar que a morte ocorreu há sete anos.

disse.

Ainda segundo o diretor, a morte pode ter ocorrido de forma acidental, pois a vítima era portadora de artrose, utilizava uma prótese no joelho e tinha mobilidade reduzida. “Não acreditamos em uma queda provocada, embora a autoridade policial possa indicar uma outra vertente”, esclareceu.

A perícia também não encontrou vestígio de formol ou resíduos compatíveis para conservação do corpo, que ocorreu em virtude da temperatura da geladeira, além da mala fechada.

Identidade da vítima

O corpo de Celso Adão Portella estava em posição fetal e avançado estado de decomposição, sendo descoberto por oficiais de justiça durante uma ação de despejo no dia 20 de setembro. A identidade foi confirmada cerca de uma semana depois.

O advogado teria 80 anos se estivesse vivo e é natural da cidade de Ijuí, no Norte do Rio Grande do Sul, mas construiu a vida em Porto Alegre. Em 2001, ele foi morar no Espírito Santo após falecimento da mãe e perdeu contato com familiares, deixando quatro filhos no estado.

Posteriormente, o advogado recebeu convite para dar aulas em uma universidade particular e veio para Sergipe. Ele recebeu aposentadoria até 2019 pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A identificação foi realizada através de informações de prontuários clínicos e hospitalares, uma prótese da vítima e documentos pessoais encontrados no imóvel. Além disso, três filhos dele prestaram depoimento, comprovando as suspeitas iniciais.

Prisão da suspeita

Uma técnica de enfermagem, de 37 anos, foi indiciada por ocultação do cadáver e teve prisão preventiva decretada. No dia da reintegração de posse, a mulher foi encontrada em um dos cômodos da casa, desacordada e sangrando. Ela teria atentado contra própria vida após saber que seria despejada.

Em depoimento, a profissional afirmou que era companheira da vítima e confessou que havia o encontrado morto ao retornar do trabalho em 2016. Ela, então, colocou o corpo em posição fetal dentro da mala e escondeu na geladeira por medo do que pensariam, mas negou qualquer envolvimento com sua morte.

No apartamento, também estava a filha dela, de 4 anos, que não tem registro de genitor e foi retirada do local, recebendo assistência do Conselho Tutelar. A mãe informou que o pai reside no exterior, mas a informação foi desmentida.

A profissional da saúde também responde pela prática de maus-tratos contra a criança, uma vez que o apartamento estava em situação de insalubridade, com lixo e entulhos espalhados.

Por conta da necessidade de estabilização, a suspeita foi encaminhada ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Sergipe, onde segue à disposição da justiça.

Fonte: a8se.com

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