Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA aponta para um caminho que pode ser seguido na busca por futuras vacinas contra a AIDS (a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
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Os cientistas se debruçaram sobre dados de pacientes antigos e os compararam com os resultados de exames de pessoas que naturalmente têm resistência contra o vírus HIV – que são chamadas de “não-progressores de longo prazo” ou “controladores de elite”.
A análise levou à seguinte conclusão: uma vacina efetiva contra a AIDS precisa incitar a ação de linfócitos, ou seja células T do sistema imunológico, chamadas CD8+.
Quando o vírus entra em nosso corpo, ele se insere nas células CD4+, que passam a se replicar contaminadas. De acordo com o estudo, a vacina deve fazer com que sistema de defesa da pessoa reconheça essas células com HIV e as combata. É aí que entra em ação os linfócitos T CD8+.
Ainda não há cura
Até o momento, médicos e cientistas já anunciaram 6 casos de remissão do HIV. A maioria desses pacientes receberam um transplante de medula óssea de doadores com uma mutação rara, resistente ao vírus.
Ainda não dá, portanto, para se falar cura – em algo que poderia ser produzido em larga escala para resolver o problema em todo o mundo.
Existem inúmeras vacinas em estudo, algumas delas que tentam, inclusive, estimular a ação dos linfócitos T CD8+. Nenhuma delas, porém, teve êxito até agora.
Para os pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, o caminho a ser seguido é esse mesmo das células T.
Segundo ele, as vacinas devem focar ainda mais no tipo CD8+, a ponto de fazer esses linfócitos “amadurecerem” e, assim, reconhecerem, alcançarem e destruírem todas as células CD4+ infectadas com o HIV.
As conclusões desse estudo foram apresentadas na revista Science.
A AIDS em números
- Segundo dados da UNAIDS (o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), 630 mil pessoas morreram em todo o mundo por causa do vírus no ano passado.
- A estimativa é que 39 milhões de pessoas vivam com a doença em todo o planeta.
- Desse total, 30 milhões recebem terapia antirretroviral, para atenuar os efeitos da Síndrome.
- No Brasil, mais de um milhão de pessoas vivem com HIV, de acordo com o Ministério da Saúde.
- No ano passado, foram registrado quase 17 mil novos casos de infecção pela doença.
- Os dados referentes a 2023 serão divulgados no ano que vem.
Prevenção
Como ainda não há cura, a principal política pública relacionada à AIDS é a da prevenção.
O uso de camisinha é o método mais conhecido e acessível – não só para se prevenir do HIV, mas também de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, gonorreia e até alguns tipos de hepatites.
Para pessoas que podem ter sido expostas ao vírus, existe uma medida de prevenção de urgência, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que consiste no uso de medicamentos profiláticos.
A medicação deve ser iniciada o mais rápido possível, de preferência nas primeiras duas horas após a exposição e, no máximo, em até 72 horas.
A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada por uma equipe de saúde. Os medicamentos são disponibilizados pelo SUS.
Outra forma de prevenção é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), indicada para pessoas que não vivem com o vírus HIV.
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Fonte: emsergipe.com