Uma mulher foi agredida na noite da última terça-feira, 30, em uma lanchonete na Avenida Nestor Sampaio, no bairro Ponto Novo, em Aracaju. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Fan na manhã desta quinta-feira, 2, a vítima, Ila Danielle, mãe de um terreiro de candomblé da capital, relatou todos os detalhes sobre o ocorrido.
Ela conta que estava em um grupo com mais seis mulheres e dois meninos, todos filhos do terreiro. A agredida disse que a maioria deste grupo é homossexual, e quando chegaram ao estabelecimento começaram a ouvir piadas homofóbicas. “Ruma de viado, ruma de sapatão”, conta as frases que ouviu.
Ela descreve que em dado momento, o um dos jovens, que é homossexual, passou perto de uma mesa, e um homem proferiu piada homofóbica. O jovem não agiu de forma reativa.
Instantes depois, enquanto aguardavam o lanche, a vítima disse ter visto outro homem pedindo que o jovem se afastasse do carro, o qual ele estava encostado.“Ele desencostou, só que nessa o rapaz soltou um comentário homofóbico e veio em nossa direção, como se fosse agredir ou falar alguma coisa para meu filho. Mas eu intervi antes, fui até o rapaz, e pedi a ele que não houvesse confusão, que ele já havia saído. Eu estava conversando com este rapaz, o dono do carro, que me ouviu, de forma pacífica. Do nada, surge um rapaz que estava em outra mesa e começa a gritar: você sabe quem sou eu?”, relata Ila.
Em seguida, a vítima disse ter ouvido barulhos nas suas costas e quando virou percebeu uma das filha recebendo cadeirada, e outras duas se defendendo de agressões com murros e até mesmo garrafas de cerveja. “Quando eu vi essa reação e virei para falar com o pessoal para não prosseguir com as agressões, o homem que me ameaçou me deu um murro e eu caí no chão”.
A vítima disse ainda que depois de ter caído no chão, os agressores foram embora do local. Ila Danielle disse que o homem que lhe deu o murro é conhecido da lanchonete, e o grupo conseguiu ainda obter a placa do carro de outro agressor envolvido no fato.
Ila Danielle prestou o boletim de ocorrência junto ao Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o DAGV vai abrir um procedimento policial. Infomou ainda que as vítimas serão ouvidas e encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para exames que resultarão em laudos periciais que irão compor o inquérito policial. O DAGV já requisitou diligências para coleta de imagens do local onde ocorreu a agressão para auxiliar nas investigações.
Fonte: fanf1