Quando se tem uma Atenção Básica organizada e eficiente, naturalmente os hospitais recebem menos casos de baixa complexidade e podem atuar mais intensivamente nos casos de alta complexidade, ou seja, os mais graves. Mas quando o papel da prefeitura não é cumprido, os hospitais vivem abarrotados de pacientes que poderiam ter suas queixas resolvidas num posto de saúde.
Essa realidade é vivida no município de Lagarto, em que a Atenção Básica, que é responsabilidade da prefeitura municipal, está abandonada, empurrando um grande número de pacientes a procurarem as portas abertas do Hospital Universitário. Um caos na saúde pública municipal.
Os problemas de falta de médicos em muitas Unidades Básicas de Saúde, falta de mais de 70 tipos de medicamentos, postos de saúde abandonados, sem a mínima estrutura, e filas enormes acabam fazendo com que a população desista de procurar o atendimento oferecido pela gestão da prefeita Hilda Ribeiro e procure o atendimento do hospital gerido pela Ebserh.
O caso é tão grave que o próprio hospital está modificando as escalas para que o fluxo de atendimento – e chegada de pacientes – não fique prejudicado, mas a situação é complexa porque o Hospital Universitário nunca recebeu tantos casos demandados da Atenção Básica. É como se a Ebserh estivesse fazendo o trabalho da prefeitura de Lagarto, já que essa está se omitindo da responsabilidade de cuidar da saúde da população.
