Comoção e revolta: o drama de Joilson e sua esposa que foram atropelados por ambulância da Prefeitura de Lagarto e abandonados à própria sorte

É muito difícil não encher os olhos de lágrimas ao ouvir Joilson Rodrigues Santos falar que o que mais te dava prazer na vida era poder sentir a liberdade pilotando sua motocicleta junto com sua esposa, Cristiane Cardoso Santos, e seus amigos de motoclube. Uma vida dedicada à paixão pelo motociclismo, cultivando as amizades da estrada e levando para cada ponto de parada mensagens de amor, paz e liberdade. Mas tudo isso transformado de uma hora para outra em um grande pesadelo.

Faz parte dos princípios de Joilson e de todos que fazem parte dos clubes de motociclistas por todo o mundo a responsabilidade com a proteção e a rigidez com a segurança. Porém ele não contava que seria vítima justamente da irresponsabilidade de quem deveria dar o exemplo: um poder público que deveria existir para cuidar das pessoas, a Prefeitura de Lagarto.

Joilson e sua esposa foram atingidos em cheio por uma ambulância municipal da gestão da Prefeita Hilda Ribeiro no dia 27 de dezembro do ano passado enquanto eles pagavam estrada, na Rodovia Lourival Batista, altura do Povoado Carlos Torres, em Salgado. Eles estavam em uma moto, uma Sheldon, sua moto de estimação, sua paixão, e foram violentamente acertados por esse veículo que trazia em sua lataria a plotagem Central das Ambulâncias.

Segundo testemunhas, ao que contou o irmão de Joilson, as pessoas testemunharam a invasão da pista contrária pela ambulância que parecia estar em um “pega” com um veículo GM Celta.

Amigos do motociclista que seguiam pouco tempo atrás pararam e avistaram a cena de pânico: uma ambulância fora da sua mão, a frente destruída, com seu motorista em fuga – ele não foi encontrado no local – e fora da pista seus amigos, caídos e precisando urgentemente de socorro.

Foi aí que o pesadelo do casal só piorou. Levados ao Hospital de Urgência de Sergipe, Joilson teve sua perna amputada e sua esposa teve as fraturas na perna. Apesar de todo esse drama, ainda hoje eles esperam uma palavra da Prefeitura dona da ambulância que mudou para sempre a vida de ambos.

Precisando de ajuda para a recuperação e tratamento, a família tentou contato com a Secretária Municipal de Saúde, Polyana Ribeiro, cunhada da Prefeita Hilda Ribeiro. Sem sucesso. Sem resposta. Apenas o silêncio, o desprezo, a humilhação. Lamentável, mas a verdade é que a gestão municipal está negando assistência às vítimas.

No auge da sua covardia, desumanidade, desprezo por vidas humanas, a gestão da Prefeitura de Lagarto sequer se responsabilizou pelo acidente comprovadamente causado por sua ambulância – há fotos e um motorista em fuga que não mostra outro fato senão o da gestão Hilda Ribeiro como única responsável por trazer dor e sofrimento às famílias de Joilson e Cristiane.

Eles contam que os custos para os cuidados com os ferimentos são altíssimos. “Todas as vezes que tem que fazer curativo [na perna amputada] tem que colocar uma placa que custa R$ 300,00 cada uma. Imagine por semana o quanto é gasto”, afirma Joilson. A Prefeitura de Lagarto, que foi quem colocou Joilson e Cristiane numa cama de hospital por meses, fecha os olhos, é negligente quanto a esse caso, não move uma palha sequer para ajudar. Sendo mais claro: a Prefeitura de Lagarto abandonou à própria sorte o casal acidentado por sua ambulância.

Ao contrário de quem está à frente da gestão Hilda Ribeiro, o coração de Joilson e Cristiane são do tamanho da sua liberdade: sem divisas ou fronteiras. Eles irão sair dessa, sim, irão retomar suas vidas, modificadas, claro, transformadas, mas irão continuar sendo essas pessoas que fazem bem ao mundo.

Quanto àqueles que estão sem seus gabinetes de luxo na sede da Prefeitura Municipal e na Secretaria de Saúde fazendo pouco caso das vidas humanas, a Justiça dos homens não irá deixar impune, a de Deus fará pagar nos céus e o povo dará a resposta com sua principal arma, o voto popular, porque a revolta da família de Joilson e a nossa indignação quanto humanidade não ficaram esquecidas.